terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Dúvida

 A inquietude do meu ser, a dualidade entre o que querer e o que esperar... Corrosão. Minhas expectativas se desfazem em indagações. Significarei para ele? Será que sou vista por olhos carinhosos? Poderia minha falta ser sentida? Haverá algum valor ou sentimento envolvidos? As respostas para as perguntas parecem-me óbvias. Não! Não há nada, somente interesses corpóreos e lascivos. Entretanto meus sentidos fogem de meu controle, roubam meus pensamentos e os iludem, fazem-nos reféns do que almejo, fazem-nos reféns da esperança. Maldita esperança, que nos faz confrontar o que deveríamos aceitar e que nos faz aceitar o que deveríamos confrontar. 
As horas passadas ao lado dele são minutos. Não sinto-me apaixonada, sinto-me interessada, mas não interessante... Egoísmo. Queria sua imaginação voltada para meus atributos, queria prendê-lo aos meus prazeres e não o faço. O que esperar? O que fazer? Desistir? Insistir? Talvez com o tempo eu o envolva, ou talvez eu me envolva e me perca. É um campo minado, perigoso demais para me arriscar, não sei ao certo aonde é seguro pisar, um passo em falso e o meu órgão bombeador de sangue é deteriorado. Infelizmente sou movida por paixões. Não sei nem mesmo se vale a pena empreender esforços a ele. Preciso realmente colecioná-lo? Esta também é uma das perguntas a serem feitas. O que convictamente sei, é que, de fato, necessito sentir-me amada, desejada, desejável, apaixonante. Nada sou sem meus amantes. É através da luminosidade de seus olhos que me vejo viva e pulsante. Não sei se meu orgulho permitiria-me perder sua paixão para outra mulher, ele tem a mim, porque razões eu não seria o bastante? Talvez não sejamos o bastante um para o outro. Talvez sejamos o bastante demais. Mas o que fazer? Fazer ou esperar? Duvidar.


Priscyla Alves

Um comentário:

  1. Pelo jeito eu não sou a única a ter um bom relacionamento com as palavras. Acredito que as pessoas movidas à paixão são as que têm menos arrependimentos.
    Obrigada por comentar no meu canto e me permitir encontrar o seu. Devidamente seguido.

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